O significado de nomes

O significado de nomes

terça-feira, 27 de abril de 2010

Postagem Especial - Escoliose dorso lombar

Escoliose ... o que é isso ... ??!??



A escoliose é um desvio lateral da coluna, que pode ser funcional ou estrutural.
A curva funcional é flexível e tende a desaparecer quando há uma inclinação para frente na posição de pé; já na curva estrutural, as vértebras desviam-se lateralmente da linha média do corpo e ao mesmo tempo, estão rodadas ao redor do eixo longitudinal. Na região torácica, as costelas rodam com as vértebras, de modo que quando a pessoa inclina-se anteriormente, pode-se então observar uma protuberância das costelas do lado da convexidade da curva.



ESCOLIOSE

A palavra escoliose procede do grego "curvatura da coluna". É definida como curvatura lateral da coluna vertebral, que se caracteriza por profundas alterações estruturais, que vistas pelo lado côncavo estarão representadas por uma diminuição do espaço intercostal, uma estenose do canal vertebral, um desvio do processo espinhoso de sua linha de simetria e uma projeção lateral e anterior das costelas. Do lado convexo, as alterações são representadas por uma projeção do gradil costal posteriormente, uma rotação do corpo vertebral, e um aumento do espaço interposta como conseqúência da projeção posterior do gradil costal, surge o perfil dorsal assimétrico, também chamado de Giba.

Pode-se definir também a escoliose como uma deformidade da própria vértebra, que tem seus constituintes anatômicos assimétricos, assim como uma posição relativa anormal das vértebras entre si.

Segundo René Perdriolle, Escoliose é uma curva que se desenvolve no espaço. É devida a um movimento de torção generalizado por toda a raque. Esse movimento é produzido por uma perturbação localizada que origina uma ruptura do equilíbrio raquidiano.


De acordo com Charriére, as escolioses tem certas características importantes:

- o desvio é permanente: há sempre uma parte mais ou menos importante de não-redutibilidade.

- as lesões anatômicas são constantes: existe sempre alteração estrutural.

- a rotação vertebral é sempre associada à inflexão lateral. Também, quando se constata gibosidade ou saliência para-espinhal, pode-se afirmar quase infalivelmente que se trata de escoliose.



CLASSIFICAÇÃO DAS ESCOLIOSES

- Escolioses não estruturadas: causas reversíveis, sem rotação.

- postural - freqüente em adolescentes, curvas leves, desaparecendo com a flexão anterior da coluna ou ao decúbito.

- secundárias - diferente longitude dos MsIs, dor e espasmo muscular, lesão dolorosa (inflamação e neoplasia).

- Escolioses estruturadas transitoriamente.

- Escolioses estruturadas: curvas irreversíveis com rotação dos corpos na região da curva principal.

- idiopáticas ou essenciais - geralmente hereditárias, elas constituem a parte mais importante: aproximadamente 70% do conjunto das escolioses. Segundo a idade, há 3 tipos: infantil (antes dos 3 anos), juvenil (dos 3 aos 10 anos) e adolescente (de 10 até a maturidade).

- osteopáticas - congênitas, paralíticas, traumáticas, metabólicas, tumor, infecção e doença reumatóide.



TRATAMENTO FISIOTERÁPICO

No que se diz respeito ao tratamento fisioterápico tem-se uma série de informações importantes de ordem radiográfica e clínica que permite avaliar a gravidade do caso, e a partir dai, traçar-se três esquemas de tratamento:

- o tratamento livre apenas por reeducação para as escolioses ditas "leves" (até 30º).

- o tratamento ortopédico associado à fisioterapia nas escolioses moderadas (30 a 50º).

- o tratamento cirúrgico associado à fisioterapia nos casos mais graves (acima de 50º)




Objetivos do Tratamento:

- Reeducação postural.

- Exercícios de conscientização da postura correta.



TRATAMENTO APENAS POR REEDUCAÇÃO

> Exercícios posturais corretores:


- paciente em pé diante do espelho ortopédico com a ajuda visual permanente:

a) extensão axial equilibrada

b) Colocação da bacia

c) Correção dos triângulos do tórax em nível lombar

d) Correção dos mesmos triângulos em nível das axilas


- em pé: conservando todas as correções, elevar-se na ponta dos pés, voltar os calcanhares ao chão.

- caminhada diante do espelho, com peso leve na cabeça.

- oscilações lentas da bacia em todos os planos, para chegar ao "corpo centrado", bacia colocada corretamente e todas as posturas mantidas.

- posições deitadas, abdominais, primeiramente a fim de ver as costas do paciente na medida em que não existe problema antero-posterior importante.

- posição sentada: em cadeira, geralmente, para evitar a flexão lombar no sentido da cifose e para se colocar em condições de utilização funcional desta posição cada vez mais comum. De frente para o espelho, os olhos abertos, depois fechados, o paciente realiza suas correções, sucessivamente primeiro, depois associadas.


> Exercícios ativos:


- em decúbito ventral: estiramentos praticados em escoliose o mais corrigido possível, corpo centrado:

a) braços ao longo do corpo, com deslizamentos alternados ou simultâneos das mãos no chão.

b) braços em candelabro, com estiramento alternado ou simultâneo das mãos no chão.


- exercícios Klapp em deambulação: o deslocamento se efetiva sobre um círculo, quando os exercícios no mesmo lugar estiverem perfeitamente aprendidos.

- em suspensão: passar da suspensão passiva à ativa, com todas as correções:


a) Em suspensão sobre prancha mais ou menos inclinada com referência à horizontal.

b) Em suspensão de frente vertical.

- manutenção do tronco nas posições inclinadas:

a) Exercícios de fixação escapular (sem ou com halteres).

b) Com uma inclinação dada ao tronco, manter utilizando "carga máxima de correção".


- caminhadas diversas com pesos: normal, ponta dos pés, com parada para losango ou para leve inclinação para a frente.

- exercícios de equilíbrio:

a) Equilíbrio sobre um pé (sem perder correções).

b) Caminhada sobre um risco traçado no chão.

c) Caminhada sobre viga.

d) Abaixamento dos ombros.

e) Em D.D., fazer movimento de báscula com a bacia, insistindo na retroversão.

f) Em D.V.: mesmos tipos de exercícios.


- exercícios respiratórios:

a) Exercício modelador para prevenir o dorso plano: sentado em uma cadeira, inspirar profundamente curvando as costas; manter-se possível, alguns segundos em apinéia e relaxar soprando forte.

b) Espirometria e espiroscopia sistemáticas.


- musculação:

a) Abdominal: decúbito dorsal, braços ao longo do corpo mantendo o estiramento axial ativo, lombos colados no chão e membros inferiores estendidos a 80º: afastamentos laterais, tesouras, oscilações lentas dos membros inferiores esticados e juntos.

b) Retrovertebral: decúbito ventral no chão ou em extremidade de banco: elevar levemente os dois membros inferiores, afastamentos dos membros inferiores ao nível do chão.


É muito importante ressaltar que o êxito deste tipo de tratamento depende muito da adesão do paciente, de sua participação motivada, ativa e perseverante ao longo do tratamento. E preciso relevar a importância do papel psicopedagógico de todas as equipes que acompanham o paciente: centro especializado e principalmente fisioterapeuta local.


> Exercícios abdominais:

- deitado de costas, corpo centrado, membros inferiores fletidos, pés no chão, todas as correções posturais mantidas nos três planos: Flexão das duas coxas sobre o abdome e retorno.

- deitado em decúbito dorsal, com os dois membros inferiores estendidos entre 40º e 90º do solo de acordo com a lombar:

a) Afastamento dos membros inferiores.

b) Tesouras dos membros inferiores.


- sentado em banco, tronco vertical mantido corrigido nos três planos, pés presos: inclinar o tronco para trás, e volta, girando levemente sobre os ísquios. Observar o comportamento lombar.

- decúbito lateral esquerdo, correção dorsal reforçada, mão segurando o degrau da barra sueca, bacia levemente girada para trás: levantar ligeiramente os dois membros inferiores acentuando ainda as correções lombares e tesouras horizontais dos membros inferiores.


É necessário que certos conselhos importantes sejam dados aos pacientes, tais como:

- evitar os esforços violentos ou prolongados.

- se períodos de repouso são prescritos durante o dia, considerá-los como posição de correção.

- pensar em suas correções na vida corriqueira.

- manter um equilíbrio entre atividade física e repouso.



TRATAMENTO CIRÚRGICO

O tratamento cirúrgico é reservado para as escolioses de mais de 45 - 50º.

Na intervenção cirúrgica a fisioterapia mantém sua grande importância. Ela atua sempre para preparar a intervenção, para assegurar as seqüências, trazer de forma útil os complementos reeducativos e de reabilitação.

De acordo com a importância do desvio das escolioses possíveis de cirurgia, pode-se classificar essas escolioses em:

- escolioses moderadas - 45º - 50º a 80º - 100º

- escolioses severas - 40º - l00º a l20º - l50º

- escolioses muito graves - 150º - 200º


TRATAMENTO ORTOPÉDICO ASSOCIADO À FISIOTERAPIA

Esse tratamento associa a fisioterapia à órtese. A fisioterapia garante a necessária manutenção fisiológica geral do paciente.

A fisioterapia participa do tratamento corretor com seus exercícios próprios e permite a rigorosa vigilância da órtese.


Os tratamentos ortopédicos mais praticados atualmente de acordo com os tipos de órtese usadas são:

- os tratamentos ortopédicos ditos lioneses, por gessos corretores e colete.

- os tratamentos por colete de Milwaukee, órtese a qual pode-se associar o colete de Boston.

A escolha terapêutica é feita em função da idade do paciente e da gravidade da escoliose.

A fisioterapia no uso da órtese tem como objetivos:



- exercícios corretores.

- tomada de consciência do corpo e imagem corporal.

- conservar flexibilidade da coluna.

- evitar enfraquecimento muscular.


- alongamentos.


Alguns exemplos de exercícios:


- auto-alongamentos:

a) Em decúbito dorsal, braço ao longo do corpo: tração axial ativa cérvico dorsal.

b) Em decúbito dorsal, mãos colocadas sobre a haste anterior: mesmo exercício anterior com uma ligeira tração.


- Alongamento

- Fortalecimento

- Eliminação da causa

- Prevenir evolução

Nenhum comentário:

Postar um comentário